RIO + 20
O Planeta Terra não está em perigo, pois não depende do ser humano para continuar sua trajetória no Universo, existiu por mais de 4,5 bilhões de anos sem nós e se o homem deixar de existir não fará falta ao Planeta. Já para nós a Terra é nossa única morada, não temos outro lugar para habitar, se existir outro planeta habitável estará a dezenas de anos-luz, inacessível, por esta razão temos de cuidar bem dele.
A Conferência de Estocolmo em 1972, foi o primeiro encontro de líderes mundiais em busca de soluções para os problemas ambientais do nosso Planeta. A Eco 92 – Conferência para o Meio Ambiente e Desenvolvimento convocada pela ONU, foi o encontro planetário mais importante de sempre, onde governantes dos principais países do Mundo discutiram os problemas sócio-ambientais e se comprometeram a seguir políticas de sustentabilidade ecológica. Por razões econômicas dos grandes poluidores, poucas mudanças ocorreram.
Desde a Eco 92 até à Rio + 20, a população mundial aumentou em dois bilhões de pessoas e o número de automóveis mais que dobrou. O acesso à água piorou assim como o número de pessoas vivendo na miséria absoluta. Projeções para 2030 nos mostram que serão necessários mais 50% de alimentos, 40% de energia e 30% de água para satisfazerem as necessidades populacionais.
Os Governos são pressionados a produzir mais alimentos e proporcionar às suas populações um bem estar maior. Por outro lado, os ecologistas pressionam para que não se avance sobre as florestas e rios. São contra o agronegócio, economia verde, matriz energética baseada em combustíveis fósseis que libera diariamente bilhões de toneladas de CO2 e fuligem para a atmosfera e provoca aquecimento global, além de ser contra as grandes barragens. Como compatibilizar estas posições antagônicas.
A Rio + 20 é uma nova oportunidade para avaliar as condições ambientais do Planeta e se as metas propostas pela Eco 92 tiveram resultado. Por ser ano eleitoral nos EUA presidente da maior potência e maior poluidor não compareceu, isso já provocou esvaziamento. O acordo final resultou num documento genérico onde todos os países foram a favor: Erradicação da pobreza, desenvolvimento sustentável, proteção dos oceanos, compromisso de eliminar de forma progressiva os subsídios aos combustíveis fósseis, água e saneamento etc. Porém não foram definidas ações específicas para atingir estas metas.
Foi a Rio + 20 uma decepção? Não! Pois ninguém esperava que se resolvesse alguma coisa na comemoração dos 20 anos da Rio 92.. Na Conferencia das Naçoes Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento, nome oficial da Eco 92 no Rio de janeiro, havia grandes expectativas de uma juventude que pretendia mudar os destinos do Mundo e as potências mundiais presentes ao evento se propuseram a determinadas metas que fariam o planeta menos inóspito e mais comprometido com a defesa do meio ambiente.
Acontece que nada mudou ou, tudo mudou para pior. A geração que participou ativamente em 1992, não é a mesma da Rio + 20, são seus filhos e netos A geração da época era mais idealista, tinha propósitos de mudar as estruturas, não tinha acesso a computadores individuais e o Mundo para ele não era Virtual, mas real. A geração de 2012 é muito mais individualista, isto é mais egocêntrica. Pensa menos no todo e mais em si própria. Fica muito mais em casa usando o computador e as redes sociais inexistentes na época. O Mundo é virtual e seus problemas também o são, podendo ser resolvidos com tecnologia.
A Cúpula dos Povos de 1992 no Aterro do Flamengo paralela à Eco 92 atraíu multidões de jovens preocupados com a erradicação da miséria, com a poluição ambiental, aquecimento global e outros temas planetários. As palavras de ordem eram outras A preocupação com o próximo era inegável. Lutava-se pelo fim das guerras, da miséria, contra, o aquecimento global, a favor de um mundo melhor para todos. Não provocou engarrafamentos, foram realizados movimentos ordeiros embora firmes..
Bem diferente foram as passeatas dos jovens atuais referindo-se a temas que pouco tinham a ver com a globalidade. As passeatas tornaram o Rio de Janeiro numa grande passarela de Carnaval. Os engarrafamentos do transito foram monumentais, Em vez de fazer com que a população se sentisse sensibilizada pelas bandeiras defendidas pelos participantes, ficou enraivecida por passar horas em gigantescos engarrafamentos, perda hora de trabalho e lhe ser negado o direito de ir e vir. Não entendo, talvez por estar velho, como por exemplo, a reivindicação de um pequeno grupo que se diz feminista, de mostrarem os seios nus nas ruas. Tenho certeza que não é uma reivindicação feminina. Não sei como isso mudará o mundo para melhor.
No centro do Rio de Janeiro houve todo o tipo de manifestações de protesto: Sem teto, sem terra, feministas, homossexuais, Índios, quilombolas, ecologistas, evangélicos, pró-aborto, anticapitalistas, contra a economia verde, anti-Vaticano, etc. Quem ler a declaração da Cúpula dos povos do Rio + 20, mesmo dizendo que falam em nome dos povos, faz muitas denúncias mas não apresentam propostas para resolução dos problemas Sociais e ambientais a nível mundial. O Denuncismo pode até ser importante, mas sem apresentar propostas alternativas não leva a nada. É um verdadeiro delírio de adolescentes sem causa.
Fala sobre a violência contra a mulher, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e trangêneros. O Homem nem é mencionado, e sabemos que a maioria dos assassinatos é de homens pobres, só no Estado de São Paulo são 10 assassinatos diários e no Brasil chegam a 30. Não seria melhor se posicionar simplesmente contra a violência e contra a miséria? esta nem é mencionada. Várias propostas vagas: Contra o capitalismo, modelo de energia vigente, que alternativas reais propõem? Será que eles próprios economizam energia . Pelos direitos adquiridos; contra os agrotóxicos e transgênicos e por último: Construção do DIA MUNDIAL DE GREVE GERAL
Enfim, tanto o documento oficial, quanto o da Cúpula dos povos, deixaram muito a desejar. Sucesso mesmo foi para a rede hoteleira do Rio de janeiro, a vinda de 110.000 pessoas para o evento proporcionou-lhe enormes ganhos e até o Goberno federal teve de intervir para que baixassem os preços da estadia